Oswaldo de Oliveira abre o coração: técnico histórico assume paixão pelo Flamengo apesar da família vascaína

O futebol brasileiro é feito de rivalidades históricas e paixões que atravessam gerações. Mas, para o experiente treinador Oswaldo de Oliveira, essa ligação ganhou um rumo inesperado. Aos 74 anos, o técnico carioca revelou em entrevista ao “Só Resenha Podcast” que, apesar de vir de uma família inteiramente vascaína, o seu coração bate pelo Flamengo desde criança.
Infância rubro-negra em meio a vascaínos
Nascido e criado entre Cascadura e Quintino, bairros tradicionais do Rio de Janeiro, Oswaldo contou que cresceu num ambiente dominado pelo Vasco. Pai e avô eram fervorosos cruz-maltinos e, ainda pequeno, chegou a vestir a camisa alvinegra. No entanto, o ambiente das ruas falou mais alto.
“Meu pai era vascaíno, meu avô era vascaíno, e eu, pequenininho, era vestido de Vasco. Só que morávamos perto de onde surgiu o Zico, e naquela época, em 53, 54 e 55, o Flamengo estava no tricampeonato. A garotada toda só falava de Flamengo”, lembrou o treinador.
A pressão dos amigos foi tanta que o pequeno Oswaldo criou coragem para pedir uma camisa rubro-negra ao pai. “Em casa foi terrível, meu avô ficou doido. Mas no Natal, meu pai acabou me dando a camisa do Flamengo. Foi aí que tudo começou”, recordou, sorrindo.
Duas passagens pelo clube do coração
Declarado torcedor do Rubro-Negro, Oswaldo de Oliveira teve a oportunidade de realizar o sonho de comandar o Flamengo em duas ocasiões. A primeira, em 2003, durou de julho a outubro. Nesse período, foram 18 jogos, com três vitórias, sete empates e oito derrotas, um aproveitamento de 44,4%.
Doze anos depois, em 2015, voltou ao comando após a saída de Cristóvão Borges. Naquele momento, o Flamengo ocupava apenas a 13ª posição no Brasileirão e ainda disputava as oitavas de final da Copa do Brasil. Sob o comando de Oswaldo, o time embalou uma sequência de seis vitórias consecutivas, chegou ao G-4 e reacendeu a esperança da torcida. Porém, a eliminação diante do Vasco e a queda de rendimento nas rodadas seguintes acabaram por encurtar a passagem. O treinador foi desligado a duas jornadas do fim do campeonato, com o Fla em 12º lugar.
Entre amor e desafios
Apesar das estatísticas não terem sido as melhores, Oswaldo de Oliveira guarda com carinho as memórias de quando pôde viver no banco de reservas aquilo que já sentia desde a infância nas arquibancadas: a paixão pelo Flamengo.
Hoje, longe dos gramados mas ainda ligado ao futebol, o treinador reforça que as cores vermelho e preto fazem parte da sua história. “O Flamengo está na minha vida desde menino. Foi uma escolha que nasceu na rua, com a garotada, e que nunca mais saiu do meu coração”, concluiu.