Mourinho complica a vida do Schjelderup no Benfica

Mourinho baralha as contas de Schjelderup no Benfica
Andreas Schjelderup entrou na temporada com o pé direito, mostrando argumentos para ser peça útil no ataque encarnado. Dois golos e duas assistências em nove jogos deixaram os adeptos esperançosos quanto ao impacto do jovem norueguês no plantel. Porém, a chegada de José Mourinho ao banco do Benfica mudou drasticamente o tabuleiro e pode transformar um arranque positivo numa dor de cabeça para o extremo.
Mourinho muda as regras do jogo
Conhecido pela exigência tática e pela valorização de jogadores com intensidade defensiva, Mourinho trouxe ao Benfica uma nova filosofia. Para o treinador português, os extremos não servem apenas para criar desequilíbrios ofensivos; têm também de ajudar a fechar os espaços e dar cobertura no processo defensivo. E é precisamente aqui que Schjelderup tem perdido terreno. A sua dificuldade em cumprir com o rigor exigido sem bola pode custar-lhe minutos preciosos.
Concorrência feroz no ataque
Se antes o jovem avançado tinha espaço para se afirmar, agora a realidade é diferente. Na estreia de Mourinho à frente das águias, Schjelderup ficou fora do onze inicial. O técnico apostou num quarteto composto por Aursnes, Sudakov, Ivanovic e Pavlidis, deixando claro que a luta pela titularidade será renhida. Para complicar ainda mais, a recuperação de Lukebakio acrescenta outra opção de peso às alas, diminuindo ainda mais a margem de manobra do norueguês.
O fator físico como obstáculo
Outro aspeto que pode pesar contra Schjelderup é a sua condição física. Mourinho sempre demonstrou preferência por jogadores robustos, capazes de aguentar a intensidade dos 90 minutos tanto a atacar como a defender. Comparado com os seus concorrentes diretos, o norueguês apresenta menos argumentos nesse capítulo, o que joga contra as suas aspirações de conquistar um lugar fixo no onze.
O desafio mental e profissional
Apesar das dificuldades, ainda não está tudo perdido para Schjelderup. O jovem tem pela frente a oportunidade de mostrar evolução e adaptar-se às exigências do “Special One”. Trabalhar a intensidade, melhorar o compromisso defensivo e reforçar a componente física podem ser os trunfos para reconquistar espaço na equipa. Em clubes grandes, talento não chega: é preciso mostrar consistência, sacrifício e disponibilidade para abraçar o coletivo.
O futuro imediato
Com a receção ao Rio Ave já no horizonte, resta saber se Mourinho voltará a deixar Schjelderup fora das principais escolhas. O treinador português é conhecido por não tremer nas decisões e por apostar em quem cumpre à risca as suas ideias. Assim, a resposta está agora nas mãos do norueguês, que terá de provar em campo e nos treinos que merece confiança.
Conclusão: decisão em aberto
O Benfica vive um momento de transição com a entrada de Mourinho e, como em qualquer mudança de ciclo, há vencedores e derrotados. Schjelderup pode até estar a perder pontos nesta fase inicial, mas ainda tem muito tempo para inverter o rumo. Afinal, no futebol, basta um golo decisivo ou uma exibição de gala para mudar a narrativa. E o norueguês sabe que a luta pelo espaço nas águias está apenas a começar.